Banguê

Banguê

José Lins do Rego

Language:

Pages: 168

ISBN: B003WRMLKA

Format: PDF / Kindle (mobi) / ePub


About the author (from Goodreads):

José Lins do Rego Cavalcanti (July 3, 1901 in Pilar Paraíba - September 12, 1957 in Rio de Janeiro) was a Brazilian novelist most known for his semi-autobiographical "sugarcane cycle." These novels were the basis of films that had distribution in the English speaking world. Along with Graciliano Ramos and Jorge Amado he stands as one of the greatest regionalist writers of Brazil. According to Otto Maria Carpeaux (Brazilian literary critic), José Lins was "the last of the story tellers". His first novel, Menino de Engenho ("Boy from the plantation"), was published with difficulty, but soon it got praised by the critics.

Sobre o livro:

Terceiro volume do chamado ciclo da cana-de-açúcar, Banguê, de José Lins do Rêgo volta a narrar a vida de Carlinhos. Dez anos após sair do Engenho Santa Rosa, ele chega à vida adulta com o desafio de encontrar um equilíbrio entre o antigo universo aristocrático onde cresceu e os novos rumos que o Brasil tomava.

Agora Bacharel Carlos de Melo, ele é chamado de volta ao engenho. No entanto, sua volta às origens não se dá de maneira fácil. Apesar de entender que sua função seria preservar os valores e costumes de seu avô, o rapaz sabe que esse mundo está em franca decadência.

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assim reconhecida como uma trajetória única. Ao mesmo tempo enfocam em um universo dimensionado pela presença singular de quem — o “menino de engenho” — evolui da infância à idade adulta. Desencadeia-se um processo que aos poucos o desprende da tradição e de valores ameaçados, contudo a ele destinados em continuidade do que ele mesmo formaria consciência com o decorrer do tempo. Aqui sempre pensando na unidade da trilogia, ela ameaça a ser tecida, já desde a sua primeira etapa, a da infância ao

para isto? Não sabia explicar o meu fracasso. Botava para cima do feitor, o feitor Nicolau. Culpava o preço do açúcar, o alambique furado e os tubos velhos. Um engenho daquele com safra de quinhentos pães! E as canas no mato, e uma carta da Casa Vergara falando na conta que estava crescendo. O dinheiro da Caixa Econômica enterrara ali. Não joguei um tostão, não me meti com raparigas e no fim de três anos não sabia de um vintém e tinha criado novas obrigações. Ficava às vezes pensando no

acompanhado, nas viagens mais compridas. Como nos tempos do velho Zé Paulino, as portas da casa-grande se trancavam à boca da noite. O velho tinha medo do vento. O neto, dos homens. E os meus sonos se entremeavam de sobressaltos. Um grito de cargueiro na estrada me estragava o resto da noite. Os cachorros latindo no terreiro me punham de olho aberto. Acordava os cabras que dormiam comigo para ver o que era. — Nada, seu doutô. Os cachorros latem sem ver de quê. Basta a lua clarear... Pela

ainda tinha fama de bom. Avaliava o que não tirava dos pobres o Senhor Marinho do Maraú. O engenho dele era enorme, muito maior que o Santa Rosa. Não plantava cana. Parece que o ouvia falando: — Para que plantar, menino? Só dá prejuízo. Não se ganha nada. A minha terra é do povo. Dei ao povo. Ele faça dela o que quiser. E deixava crescer a barba. E se vestia com brim fluminense como um cabra. Por toda parte por onde chegava, lá vinha com o choro. Não sabia do que ia viver naquele ano. Chorava

mas com relação a benfeitorias a usina ia ver. Era assim que ele pagava a minha boa vontade, permitindo que crescessem as suas plantações, enchendo as minhas terras de gado? Em que engenho ele encontraria tolerância igual? E lá vinha a fala mansa: — Mas, meu compadre doutô Carro, paguei bem. Trabalhei as terras pagando foro maior do que todo mundo. Botei muitas rodas de arame nos cercados caídos. Pergunte o senhor às ferragens da Paraíba. Gastei muito. O cercado de Crumataú estava arrombado de

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